quinta-feira, 4 de março de 2010

Útil

Sentou-se, e sentia a enorme necessidade de fazer algo que a tornasse útil. Pensou em ler, mas reparou que aquilo não a tornaria útil, pois o livro era escrito por outro alguém. Começou a cantar, mas percebeu que sua voz não era afinada o bastante, desistiu. Avaliou sua vida, e sentiu-se inútil. E no perigo da tarde vazia, pensou em si. Rondando sua vida, seu dia-a-dia chegou a conclusão que não era útil, não fazia nada de diferente, o que fazia qualquer poderia fazer, assim não faria a menor falta. Com essa solidão, olhou pro caderno e pegou a caneta.
Enfim, começou a escrever, e depois de algumas linhas, sentiu-se útil, encontrou-se ali, nas poucas linhas e na letra desconexa.
Ela estava sozinha em casa, e a solidão a aninhava, lhe tratava bem, a solidão dava inspiração, e escreveu.
Não parou enquanto não terminou, perdeu-se em sonhos, histórias, contos, arriscou escrever músicas, podia não cantar bem, mas escrever era sua missão.
Na emoção daquela tarde, sentiu-se útil e livre. Sentiu a mágica em si... Sentiu um certo orgulho.
E nas poucas linhas que escreveu, notou que falava de si. Não criou personagens, passou-se pro papel, sentiu o vazio da mulher que existia, conseguiu enxerga-se sem ao menos precisar de espelhos, só leu o papel.
Identificou-se ali, e sentiu que era dever escrever pra sentir, pra transmitir, pra transformar. Não ligou para a tristeza, pro vazio ou pra solidão que a cercava. Importou-se somente com a felicidade mágica e reluzente da descoberta de escrever.
Olhou-se no espelho e superficialmente não mostrava ser o que era. Sorriu. Virou e voltou a escrever, com um sorriso maior que o próprio rosto.
O dia vazio, tornou-se cheio.



Olá. Tudo bom com você? Espero que sim.
Bom, eu postei isso, porque me veio uma vontade de escrever e pra não perder a inspiração, escrevi, ou seja, isso aí é improvisado. Podem criticar.

Essa semana têm sido bem diferente das comuns. Eu estou avaliando mesmo a minha vida, não desse modo ai descrito (na verdade em parte), mas tenho me focado melhor nas coisas e pessoas ao meu redor.
Estou ligando o meu botão do "indiferente pra você" pra algumas pessoas. É, pode parecer estranho, mas logo menos eu escrevo algo, e explico do meu jeito.
Eu reparei que nem todos me fazem bem, e pra assim ligo o "indiferente pra você" pra eles (as). Comigo: Decisão tomada, não tem volta!
Pensem em um viciado em chocolate. Pronto? Então, em um belo dia ele acorda e percebe que não precisa mais da sua droga, e um tempo depois vê que sua ausência não o afeta mais, e então ele larga a droga (chocolate).
Assim que me vejo, uma ex-viciada em chocolate. Espero não estar sendo critica demais, ou extremista demais.
Uma amiga minha sempre diz: "Cuidado pra não se arrepender depois, não pode se tornar indiferente tão fácil assim. TODOS merecem uma chance" - Flávia
Ai eu sempre respondo: "Só me torno indiferente depois da ultima chance."
E acaba ai a discussão.
Bom, é isso.

Beijos

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