segunda-feira, 29 de março de 2010

Xadrez.

Sempre pensei que a vida fosse um caminho, no qual não existe só uma reta, e sim, várias curvas. Com cores, formatos, cheiros, aparências diferentes. O destino.
Ficava encantada ao pensar na minha escolha, na minha curva, ou seria uma reta? Tentava imaginar as outras possibilidades, pensava em como eu seria se não tivesse escolhido esse caminho. Achava a vida tão mágica.
Até a vida me mostrar o vale sombrio desse caminho, até levar um choque de realidade, e ver que nem tudo é tão mágico. Percebi que a vida não é esse caminho maravilhoso, como um jardim na primavera. E sim, que a vida é um jogo. Separado em dois períodos. O primeiro período é o tempo da infância, onde achamos tudo mágico, e pensamos na vida com entusiasmo, a infância não tem prazo, existem pessoas que vivem na magia pra sempre. O segundo período é o tempo da maturidade, quando viramos adultos, e perdemos a nossa magia. Conseqüentemente tornamos a vida sem graça, opaca, e vazia de brincadeiras. Ficamos chatos e responsáveis, não que a responsabilidade seja algo negativo, mas às vezes ela acaba com a graça.
Mas, entenda, ser adulto não é ter 30 e poucos anos, é não ser mais mágico. Muitas crianças, são adultas aos 5 anos, e muitos adultos são crianças aos 40.
Não estou falando do número de aniversários comemorados, e sim, de estado de espírito. Nascemos com tudo em nós, magia e descrença. Mas logo decidimos o que vamos carregar a principio, porque uma anula a outra. Pode ser que nossa escolha mude, mas a principio carregamos a magia. A minha escolha inicial foi a magia.
Depois de um tempo, a vida me obrigou a abandonar a magia. Foi quando eu conheci o cruel, quando eu percebi que isso tudo é um jogo. Depois desta fase, nada voltou a ser mágico.
Observei tudo durante um tempo, fiquei presa em mim, na minha descrença, no meu casulo, e descobri tanta coisa sobre a vida.
Fiz tantas coisas com o que a vida me deu, quando me forneceu alegria, eu sorri, quando me alimentou de tristeza eu chorei, quando me deu solidão sozinha eu fiquei, quando me deu angustia sofri... Aprendi muito comigo mesma.
Quando me deu amigos, aproveitei, e os guardei comigo, sempre os levo aonde quer que eu vá. Em situações especiais, a vida me deu colegas, com os quais me enganei, os chamei de amigos... Mas extraí deles o melhor! Peguei pra mim tudo o que podia reciclar, aprendi o jeito errado de ser, o jeito que eu nunca seria.
Chamei de amigos muitas pessoas que me traíram, que não foram amigos, mais disso reciclei o aprendizado, e a estes tenho algo a dizer: Muito obrigada!
A vida vai jogar conosco, vai nos mostras o mágico e o vazio! Vai nos mostrar o bom e o ruim, vai nos dar coisas e logo em seguida tirar. E nós vamos cansar da vida...
Depois de um tempo se percebe que não é um jogo, e nem um caminho... É um caminho jogado... Um caminho que se decide pela sua jogada é como Xadrez. O seu próximo passo pode decidir tudo.
A vida é uma só, e cabe a você viver a sua, do jeito que achar melhor. Basta apenas não desistir de ser mágico, com responsabilidade.


Leiam isso:
“Da mesma forma como a chuva e a neve, que caem do céu e para lá não voltam sem antes molhar a terra, tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, a fim de produzir semente para o semeador e alimento para quem precisa comer, assim acontece com a minha palavra que sai de minha boca: ela não volta para mim sem efeito, sem ter realizado o que eu quero, e sem ter cumprido com sucesso a missão para a qual eu a mandei”. Javé 55 – 10,11
Achei simplesmente o máximo...

Estou sumida né? Pois é, inspiração é algo que não se comanda, quando vem, vem.

Beijos

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